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ÃO CARLOS, SP (FOLHAPRESS) – Análises químicas revelaram o ingrediente secreto por trás da criação das primeiras cidades de todos os tempos: o esterco. Ao que tudo indica, foi graças ao uso de fertilizantes de origem animal que aglomerados populacionais com até 15 mil pessoas surgiram e prosperaram durante alguns séculos na Europa Oriental, há cerca de 6.000 anos.

Essas estruturas, classificadas como “proto-urbanas” ou “megassítios” pelos arqueólogos, foram criadas pela chamada cultura de Trypillia, cujos assentamentos ficavam a noroeste do mar Negro, nos atuais territórios da Ucrânia e da Moldova. Tudo indica que eles atingiram seu apogeu antes das primeiras cidades da Mesopotâmia (atual Iraque), tradicionalmente vistas como “berço da civilização”.

O povo da cultura de Trypillia, em sítios arqueológicos como o de Maidanetske, distribuía suas moradias e áreas de plantio e criação de animais seguindo um padrão concêntrico, com fileiras de casas formando um corredor em anel em torno de uma área mais aberta, semelhante a uma praça ou terreiro.

Também havia casas de maior porte, em cada um dos “bairros” e também para a cidade como um todo, que parecem ter funcionado como algo semelhante a uma sede da associação dos moradores, onde os habitantes se reuniam periodicamente. Não há indícios claros de diferenciação social ?parece não ter existido uma elite econômica, militar ou sacerdotal.

Já estava claro há muito tempo que a cultura de Trypillia emergiu graças às transformações do Neolítico, fase da história humana em que a criação de animais e a agricultura transformaram o modo de vida na nossa espécie. Em um novo estudo, publicado na revista especializada PNAS, pesquisadores alemães e ucranianos examinaram as características químicas dos restos dos animais domésticos e das lavouras dos “megassítios”, para entender como a população ali se sustentava.

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