Quando, nos idos dos anos 1990, termos como “ESG”, “economia circular” e “transição energética” não apareciam com tanta frequência na imprensa e mesmo nos dicionários empresariais e do mercado financeiro, a centenária produtora e exportadora de papel Klabin enxergou uma necessidade: para seguir utilizando sua matéria-prima fundamental —a madeira— e trabalhando com recursos naturais como solo e água, precisava ajustar melhor seu equilíbrio com o meio ambiente.
Embarcou num novo modelo de negócios, baseado num maior envolvimento com as comunidades onde está inserida e investiu pesado na adequação ambiental de suas fábricas e na redução de emissões de gases de efeito estufa para conquistar sua “licença social” e se tornar a primeira empresa brasileira do setor a obter o certificado de excelência em manejo florestal concedido pelo Forest Stewardship Council (FSC).
Se ainda existe alguém (especialmente no meio empresarial) que questione o retorno do investimento em práticas sustentáveis para o negócio, a mensagem que vem de uma empresa mais do que experiente no assunto é clara: não existe conflito algum no tripé do “lucro, inovação e sustentabilidade” —trata-se, antes de tudo, de uma necessidade para a sobrevivência.
Primeiro, obviamente, sobrevivência do planeta. “Todos nós já sofremos com as alterações climáticas que acontecem no mundo —basta ver os recentes eventos extremos de seca, queimadas, enchentes”, lembra Julio Nogueira, gerente de sustentabilidade e meio ambiente da Klabin.
“As ações da Klabin, em linha com a ciência, contribuem de forma relevante para melhorar o cenário, mas naturalmente dependemos de muito mais empresas.”
Mas, se o assunto é mesmo “dinheiro no bolso”, atuar de forma sustentável significa também a sobrevivência do negócio: graças ao caminho trilhado, a Klabin reduziu consideravelmente o consumo de água, consegue extrair o máximo possível de biomassa da floresta, gera biocombustíveis e energia, avanços que, no fim do dia, reduzem custos de operação e melhoram a produtividade e os objetivos de crescimento.
“É uma equação bastante interessante, em que esses três aspectos seguramente não são incompatíveis, mas extremamente coerentes
e nos ajudam a alavancar, inclusive, as oportunidades e os resultados da empresa.”
A empresa reduziu suas emissões específicas de carbono em 68% entre 2003 e 2022 e preserva 42% das suas áreas como florestas nativas. É a primeira unidade do mundo a recuperar o potássio que vem com a madeira. Este ano também viu seu lucro crescer 44% no primeiro trimestre, superando R$ 1 bilhão, e se manter estável nos três meses seguintes.
Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2023/10/10/sem-rivalidade-lucro-inovacao-e-sustentabilidade-podem-caminhar-juntos.htm?cmpid=copiaecola